É muito comum que, após o divórcio ou separação, uma pensão alimentícia seja fixada com base na realidade econômica das partes naquele momento. Mas e quando o ex-companheiro ou pai da criança passa a ganhar mais, muda de emprego ou melhora consideravelmente seu padrão de vida? A pensão deve continuar a mesma?
Essa é uma dúvida frequente de muitas mães (ou responsáveis) que percebem uma disparidade entre o novo estilo de vida do pagador da pensão e o valor que continua sendo depositado todo mês. A resposta é clara: sim, é possível pedir a revisão da pensão alimentícia.
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Quando é possível revisar a pensão?
A revisão da pensão alimentícia pode ser solicitada sempre que houver mudança na realidade financeira de quem paga ou de quem recebe a pensão. Isso está previsto no artigo 1.699 do Código Civil, que permite a alteração judicial do valor, desde que comprovada a modificação da situação econômica.
Ou seja, se ele aumentou seu padrão de vida — passou a morar melhor, viaja com frequência ou conseguiu um emprego com salário superior — isso pode ser usado como argumento para revisar o valor da pensão.
O que é necessário para entrar com o pedido?
Para que a Justiça aceite revisar o valor da pensão, é importante apresentar provas da mudança de realidade financeira. Isso pode incluir:
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Fotos ou registros públicos de viagens, veículos e imóveis;
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Prints de redes sociais que demonstrem o novo padrão de vida;
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Comprovantes de rendimento atual (quando disponíveis);
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Qualquer evidência de melhora financeira significativa.
Também é importante mostrar que as necessidades do(a) filho(a) aumentaram com o tempo, o que é natural conforme a criança cresce e passa a demandar mais com educação, saúde, lazer, vestuário, entre outros.
A Justiça pode aumentar a pensão?
Sim. Se for comprovado que quem paga a pensão tem melhores condições financeiras atualmente, e que o valor pago não é mais compatível com as necessidades do(a) filho(a), o juiz pode reajustar o valor da pensão alimentícia para garantir que a criança tenha acesso a uma vida digna, condizente com a realidade do genitor.
Vale lembrar que o objetivo da pensão é assegurar o bem-estar da criança, não punir o pagador. Por isso, a Justiça analisa o caso com base no princípio da proporcionalidade entre necessidade e possibilidade.
Como um advogado pode ajudar?
Um advogado especializado em Direito de Família é essencial nesse processo. Ele poderá:
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Analisar as provas disponíveis;
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Redigir o pedido de revisão com base na jurisprudência atual;
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Representar você no processo judicial;
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Evitar erros que possam atrasar ou comprometer o resultado da ação.
Além disso, um profissional experiente pode buscar uma solução amigável, por meio de acordo extrajudicial homologado pelo juiz, o que pode tornar o processo mais rápido e menos desgastante.
Veredito
Se o pai (ou mãe) da criança melhorou de vida, mas continua pagando a mesma pensão de anos atrás, você tem o direito de buscar uma revisão judicial. A Justiça entende que a pensão deve acompanhar a realidade atual, tanto de quem paga quanto de quem recebe.
Se você está nessa situação, entre em contato com nosso escritório. Nós podemos te orientar e te ajudar a garantir os direitos do seu filho.